segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Em casa ou no hospital?

Está chegando a hora e virei um poço de dúvidas: parto em casa ou no hospital? Parir em casa teria a vantagem de que a minha filha poderia estar por perto, ninguém precisaria se deslocar nem dormir fora e eu contaria com toda a liberdade para fazer as coisas do meu jeito.

Nada de preencher ficha, vestir camisolinha, ficar estirada na maca, zanzar por aí de cadeira de rodas. Parir em casa significa caminhar enquanto der vontade, estar confortável, comer e beber o que der, gritar se precisar... Embora no primeiro parto eu tenha ficado muito para dentro, só respirando, quase num transe. Acho que essas mulheres descabeladas, urrando, são mais coisa de novela do que de vida real.

Parir em casa também viria com a dádiva de não haver gente estranha durante o parto. Além de poder ficar com meu bebê o tempo que quiser, do jeito que quiser, sem que ele seja levado para observação, aspiração, medição, pingação de colírio e sei lá quantas manobras mais que fazem no hospital – a maioria bastante inútil.

Tive uma gestação tranquila, sem riscos, e vou ser acompanhada por uma equipe acostumada a fazer partos domiciliares. Viriam à minha casa uma doula, uma enfermeira, a médica obstetra e uma pediatra neonatologista, para prestar os primeiros cuidados ao bebê. Se, no meio do processo, por algum motivo for necessário ir a um hospital, eu vou com a tropa toda.

O pequeno porém que me impede de decidir é o seguinte: se eu quiser tomar anestesia, precisarei ir para o hospital. Como o uso da anestesia pode provocar várias reações e influir no andamento do parto, esse procedimento não é feito em casa. Acontece que só de pensar em, na última hora, quando as contrações já estiverem bem doloridas, abandonar o lugar onde estou, vestir uma roupa e ir sacolejando até o hospital me dá arrepio na espinha.

No meu primeiro parto, o pedaço mais incômodo foi mesmo esse transcurso até o hospital. Encarar os buracos de São Paulo com contrações faz você xingar qualquer prefeito – independentemente do partido.
Mas, será que vou ser capaz de parir sem anestesia? Milhares de mulheres já o fizeram e todas relatam que passaram dor, mas também uma grande sensação de poder e transformação. Tenho ido a vários bate-papos em que mulheres contam como foram seus partos e isso vem me ajudando a tomar a decisão. Mas o martelo não foi batido. Nos próximos posts eu conto...

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