quinta-feira, 25 de junho de 2009

A grande boca e o peito regulão

Por dias, tudo flui em um ritmo ao menos razoável. Mama-se a cada 3 horas, dorme-se – um tanto picado, obviamente –, mas todos felizes. Aí, por algum motivo (dia mais quente, tomei menos água, sabe Deus!), o mísero equilíbrio conseguido vai para o beleleu.
E pronto: viramos eu o peito regulão e o bebê a boca gigante. Ele só quer mamar, o que me deixa exausta e com menos leite, fazendo com que ele queira mamar mais, e eu fique mais exausta e com menos leite... E assim o círculo vicioso está instalado. E os sorrisinhos acabam. E a vida azeda.
Sinto claramente que ele me vê como um peito imenso que não quer lhe dar o que precisa e eu passo a considerá-lo um ser sugador, que me consome.
Pois bem, acabei descobrindo que, nessas horas, uma mamadeira não faz mal a ninguém. Ele consegue o leite a mais que tanto reclama, eu uma pausa, e assim o ciclo virtuoso é retomado: mais descansada tenho mais leite, ele mama o quanto quer, nos amamos novamente.
Esse negócio de bebê largar o peito porque tomou 1 mamadeira é balela, mais uma para a coleção de proibições que nos incutem.
Sabe o que? A imagem de mãe-mártir está supervalorizada. Mas acho que funciona totalmente ao contrário: em vez de sacrifício, como tendemos a encarar, resignadas, cada vez que buscamos também a satisfação (pelo menos mínima) de nossas necessidades, tudo melhora.
Sabe aquele aviso no avião: "Coloque primeiro sua máscara de oxigênio e depois ajude os outros à sua volta"? Mais ou menos por aí. É preciso respirar para ter o que oferecer. Mães sufocadas, exaustas, mártires podem ficar bonitas nos dramas, mas não alimentam nem ajudam ninguém.

4 comentários:

  1. Oi Carô.
    Peço desculpas pelo meu comentário no post anterior, talvez ele tenha sido mal interpretado. Não quis dizer que vc não atende as necessidades de teu filho, longe de mim tal julgamento!
    Na verdade também passei por algo parecido. Meu filho, quando era menorzinho também só sossegava no meu colo, às vezes só dormia se fosse em cima da minha barriga! Eu fica bem cansada e às vezes achava que alguns choros realmente eram manhas! Aí comecei a entrar nesse mundo "bloguístico" (graças aquele blog que tinhas no site do bebe.com) e descobri o mamíferas. Me identifiquei muito com as idéias delas e convivendo com mães assim "mais mamíferas" percebi como nosso mundo está equivocado em relação a educação das crianças. Como fui educada nesses métodos equivocados está sendo desafiador, mas tô feliz por estar conseguindo entender meu filho e esse mundo maravilhoso que ele me entregou: a maternidade!
    Por isso a propaganda do blog delas, também... hehehe

    Beijinhos,
    Lívia (mamãe do Uriel - 13 meses)

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  2. imagina, Lívia, gostei da dica e vou atrás!!
    beijos,
    Carô

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  3. Oi Carô! Conheci seu outro blog, e através dele cheguei nesse aqui! Achei o máximo seus posts sobre parto natural, sou super defensora, quero ter um parto domiciliar também.

    Vou te linkar no meu blog!

    Beijos

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  4. Amei! Enfim não estamos sós!!!!! Há uma ideia generalizada em algumas cabecinhas, de que se é menos mãe se por acaso a cartilha perfeita falha...
    Cada mãe é única, especial do seu jeito e ponto.

    Amei o post!!!

    Abraços e muita luz!

    Luciana (luaresdelilith.blogspot.com)

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